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Em busca de consolidar sua presença no Brasil, a britânica Triumph acaba de lançar as novas Tiger 800 XCx e XRx. Apesar de não poder ser considerada uma nova geração, a motocicleta recebeu novidades interessantes a deixando mais tecnológica: controle de tração, acelerador eletrônico, piloto automático e modos de potência entram no pacote desta aventureira.
As motos são veículos versáteis por sua leveza e capacidade transpor obstáculos, quando comparadas aos “desajeitados” automóveis. E no topo destas características estão as “adventure”, como a Tiger, motos capazes de levar o motociclista a praticamente qualquer lugar, dependendo da habilidade do usuário.
Para avaliar estas pretensões, o G1 rodou com as novidades em percurso de 160 km por estradas do interior de São Paulo, na região de Itatiba (assista ao vídeo na reportagem). Durante o trajeto, foram exploradas autoestradas, estradas vicinais e de terra, exatamente a principal proposta de uso da Tiger 800, que é a moto mais vendida da marca no país e é montada em Manaus.
A linha F 800 GS da BMW no Brasil é a principal rival da Tiger 800 no Brasil. A concorrente exata para a versão XRx, mais urbana, seria a F 700 GS, mas esta moto não é vendida no país. Resta à F 800 GS fazer este papel, enquanto a F 800 GS Adventure faz frente à XCx, mais "aventureira".
Tecnologia a seu favor
Como havia chovido no dia do teste, o asfalto estava sujo e a terra virou lama em alguns trechos do deslocamento. A situação foi perfeita para colocar à prova todo o aparato tecnológico das novas Triumph, formado por controle de tração, mapas de potência, acalerador eletrônico e freios ABS. O principal efeito dos dispositivos é tornar o modelo mais seguro, já que diminui o perigo de queda.
Também presente na linha GS, o controle de tração reage quando nota, por meio de sensores, diferenças de velocidade entre as rodas e, automaticamente, faz pequenos cortes na aceleração. Ao passar por areia sobre asfalto, o sistema evita que a roda traseira deslize quando o motociclista "dá mão".
Funcionando interligados, os sistemas permitem ao piloto alterar o modo de resposta do acelerador (4 modos), além do nível de intrusão de ABS e controle de tração. Existem 3 modos de pilotagem: Road, Off-road e Rider (personizável). Como as possibilidades de combinações de ajustes são extensas, vale estudar um pouco antes de explorar os recursos.
O modo off-road, por exemplo, desliga a atuação do ABS na roda traseira, além de diminuir a intervenção na roda dianteira. Além disso, o controle de tração também atua mais brandamente nesta opção, permitindo mais deslizamento da roda traseira, ideal para a pilotagem na terra.
Mostrando ser ainda mais democrática, a Tiger permite ao usuário desligar por completo o ABS e o controle de tração, se tornado uma moto “à moda antiga”, como também faz a BMW. Ainda completam o conjunto de tecnologias o painel com computador de bordo e o piloto automático.
Motor é 'liso'
Um dos pontos fortes da Tiger desde o modelo anterior, é o seu motor de 3 cilindros e 799 cc de cilindrada. Apesar de manter as mesmas especificações técnicas, com 95 cavalos de potência e 8,05 kgfm de torque, o consumo foi reduzido em 17%, diz a empresa.
Em números divulgados na Europa, a fabricante afirma que o consumo médio pode chegar a 23 km/l, resultando em uma autonomia de 438 km para um tanque de 19 litros. Como é tradicional na configuração de 3 cilindros, ela trabalha como um meio termo de funcionamento entre os motores de 2 cilindros e o de 4 cilindros.
O sistema de resfriamento do motor também foi alterado para, entre outros objetivos, fazer com que o motor esquente menos, uma das características dos modelos anteriores. Para que menos calor afete o motociclista, novas aletas nas laterais do tanque foram inseridas, trazendo novo visual para a moto.
Como o teste foi realizado com temperatura amena, com chuva e em estradas, não foi possível avaliar se houve melhora no aquecimento do motor, algo que deve ser melhor percebido na cidade.
Com um som agradável, este tricilíndrico garante um funcionamento adequado a todas situações exigidas na avaliação e trabalha bem em conjunto com o câmbio de 6 marchas, com engates precisos.
Suas acelerações são vigorosas e suaves, além de transferir pouca vibração ao motociclista, com um comportamento extremamente “liso”. Seu ponto alto fica na faixa dos 7.000 rpm e, em velocidade de cruzeiro, garante conforto ao motociclista, bem superior a um bicilíndrico.
Falta de torque em baixas velocidades
Nas baixas rotações, não consegue entregar o torque que, por exemplo, sua principal concorrente, a F 800 GS, é capaz. Assim reduções de marchas são mais necessárias na Tiger. Na terra e nas retomadas, esta necessidade fica latente, mas sem que comprometa o desempenho geral.
Com a adoção do acelerador eletrônico, as respostas ao comando ficaram ainda mais precisas e a múltipla possibilidade de ajustes torna a moto uma opção para todo tipo de deslocamento, desde comprar um pão na padaria até ir a Ushuaia.
Na hora de parar, a moto conta com freio adequado ao seu peso e potência, sem ser muito sensível, e ainda recebendo a ajuda do ABS, que pode ter o grau de intervenção ajustado.